sábado, 20 de março de 2010

Não à ira e ansiedade. Sim à alegria e moderação.

As idéias a seguir foram extraídas de um sermão ao qual assisti mais cedo. 

Deus, Jesus... eles não precisam de advogados, debatendo teologia, sugerindo causa (fé/desobendiência) e efeito (prosperidade/punição). Precisam, pelo contrário, de testemunhas, que, através de sua vida, sejam capazes de mostrar que experimentam a plenitude de sua vida a despeito das circunstâncias. Uma testemunha não pode falar sobre algo que não viu, que não vivenciou. Infelizmente, hoje há mais advogados do Cristianismo que testemunhas.

Não à ira e ansiedade. Sim à alegria e moderação. A frase "tudo posso naquele que me fortalece", geralmente sugerindo uma conotação de feitos grandiosos e/ou benefícios condicionais da fé cristã foi escrita por um homem enquanto preso, descrevendo que tinha forças para lidar com qualquer situação, sempre grato por sua fé não estar relacionada a circustâncias boas ou ruins de sua vida. Um homem preparado para a morte, comprometido com um propósito em sua vida. As recompensas relacionadas a uma crença ou uma vida espiritual não devem ser julgadas pela prosperidade ou outros fatos externos a alguém, mas sim pela paz experimentada pelo indivíduo e a forma como se relaciona com os outros, e o bem que é capaz de gerar.

Extraído da carta de Paulo a Filipenses, trechos do capítulo 4:

...porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece.

Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos. Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor. Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.

Sobre o texto

Filipos era uma cidade que ficava na província romana da Macedônia, região que hoje faz parte da Grécia. A igreja de Filipos foi a primeira fundada na Europa por Paulo, na sua segunda viagem missionária. Anos depois, quando estava na cadeia, Paulo escreveu esta Carta aos Filipenses. Ele havia recebido notícias a respeito dos cristãos de Filipos e tinha ficado sabendo que havia sérios problemas entre eles. E estava muito preocupado com as falsas doutrinas que algumas pessoas ensinavam lá e estava preocupado também por saber que alguns líderes da igreja eram contra ele. Ao mesmo tempo, Paulo havia recebido ajuda dos cristãos de Filipos; ele escreveu esta carta não somente para tratar dos problemas da igreja, mas também para agradecer aos filipenses tudo o que tinham feito por ele.

Nova Tradução na Linguagem de Hoje - Sociedade Bíblica do Brasil

quarta-feira, 17 de março de 2010

Futebol dos Filósofos (com legenda)

Encenado em 1972, pelo grupo Monty Python.

quarta-feira, 3 de março de 2010

A verdade

Estes dias me perguntei se a verdade é absoluta ou se é aquilo no que a maioria acredita. Alguém me respondeu que a verdade absoluta é aquela que não deixa de ser verdadeira em quaisquer circunstâncias.

Como tive educação cristã, o fato de a verdade ser absoluta sempre foi algo natural para mim. Deus pode existir mesmo que ninguém acredite nEle? E se apenas alguns forem descrentes? Para os que crêem, Deus existirá, e os incrédulos serão julgados de acordo com suas opiniões. E vice-versa.

Constatei que, pelo menos para mim, a verdade precisa de um referencial. 

A existência de uma verdade absoluta, que se aplique a todos, independente de a aceitarem ou não, é a raiz da discórdia entre todas as religiões e crenças. Mesmo que algo exista, enquanto houver o livre arbítrio, uma pessoa pode decidir se aquilo é verdadeiro para ela ou não. Se eu decidir que a cor do céu é verde, mesmo que os outros me julguem louco, rebelde ou cult, aquilo será verdadeiro enquanto eu quiser que seja.

Assim como todas as outras escolhas que fazemos, devemos lidar também com as conseqüências de nossa fé. Um consenso mínimo sobre o que é verdadeiro e válido é necessário para que uma civilização se estabeleça. Porém, a generalização deste princípio usualmente acaba resultando na imposição da verdade definida pela maioria.

É um aspecto paradoxal da democracia, empiricamente a melhor forma de coexistir em sociedade. Se um bilhão de pessoas acreditarem em algo que você considera tolo, isso não deixará de ser tolo para você. Mas você pode ser considerado tolo por esta maioria ao discordar. E isso pode ser perigoso ou, no mínimo, inconveniente.

Por que isso é importante? Será esta a melhor forma de ver as coisas? Pessoalmente, imagino que ao pensar assim, evito julgar impulsivamente alguém que discorda de mim. E abro uma porta para que ocorra um fenômeno cada vez mais raro: comunicação, ao dar um sinal de boa vontade e respeito para com a outra parte. 

Peço aos mais fundamentalistas cristãos que analisarem apenas a conotação religiosa deste texto: por favor não me acusem de defender de forma disfarçada o princípio da "tolerância ao pecado", "relativismo generalizado" ou "secularismo".

Reflitam sobre a idéia de que a evangelização pode ser mais eficaz através de um argumento de autoridade sugerido por um bom testemunho, não por imposição de idéias, preconceito e orgulho denominacional. Desconheço a ocorrência destes últimos na Bíblia.