quarta-feira, 29 de julho de 2009

Um segredo que não se deseja compartilhar...

Do filme "Amor à Flor da Pele", de Wong Kar-Wai.

Trilha Sonora disponível para download aqui.

Chow Mo-wan: Antigamente, se alguém tinha um segredo que não quisesse compartilhar, você sabe o que faziam?
Ah Ping: Não tenho idéia.
Chow Mo-wan: Iam para o topo de uma montanha, encontravam uma árvore, furavam um buraco e cochichavam o segredo nele... então o cobriam com lama. Dessa forma, o segredo ficava lá para sempre.
Ah Ping: Quanto trabalho! Eu preferiria simplesmente extravasar com uma mulher.
Chow Mo-wan: Nem todos são como você.

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Chow Mo-wan: In the old days, if someone had a secret they didn't want to share... you know what they did?
Ah Ping: Have no idea.
Chow Mo-wan: They went up a mountain, found a tree, carved a hole in it, and whispered the secret into the hole. Then they covered it with mud. And leave the secret there forever.
Ah Ping: What a pain! I'd just go to get laid.
Chow Mo-wan: Not everyone's like you.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Os Alquimistas Estão Chegando

Segunda-feira com frio, redescobrindo pérolas musicais...



Versão mais atual...



Música... mp3 download

Letra...

Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh!...

Os Alquimistas
Estão chegando
Estão chegando
Os Alquimistas...(2x)

Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Êh! Êh! Êh! Êh!...

Eles são discretos
E silenciosos
Moram bem longe dos homens
Escolhem com carinho
A hora e o tempo
Do seu precioso trabalho...

São pacientes, assíduos
E perseverantes
Executam
Segundo as regras herméticas
Desde a trituração, a fixação
A destilação e a coagulação...

Trazem consigo, cadinhos
Vasos de vidro
Potes de louça
Todos bem e iluminados
Evitam qualquer relação
Com pessoas
De temperamento sórdido
De temperamento sórdido
De temperamento sórdido
De temperamento sórdido...

Êh! Êh! Êh! Êh!
Êh! Êh! Êh! Êh!...

Os Alquimistas
Estão chegando
Estão chegando
Os Alquimistas...(2x)

Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh!...

sábado, 25 de julho de 2009

Tomates

Gostaria de escrever sobre um site muito bom que tinha visitado há algum tempo e redescobri outro dia. Chama-se "Rotten Tomatoes", ou "Tomates Podres". Neste site, as críticas de filmes são organizadas e, de acordo com a porcentagem de opiniões positivas e negativas, é associado ao filme um indicador chamado de "tomatômetro". Ainda, é possível verificar este índice considerando-se críticas apenas de publicações mais conceituadas (seção "Top Critics").

O mais importante, pelo menos pra mim, é tentar saber de antemão se um filme que vai estrear é bom ou ruim ou se um filme obscuro que vi em uma locadora realmente vale a pena.

Para um final de semana com frio, chuva e, eventualmente, uma gripe, dá sempre pra achar algo legal.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Filmes

Minha lista de filmes a serem adquiridos em um futuro próximo.


  • Apenas uma vez (Once)
  • Superbard - É Hoje (Superbad)
  • O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case Of Benjamin Button)
  • Revolver (Revolver)
  • Felizes Juntos (Happy Together)
  • Vicky Cristina Barcelona

  • Quebrando a Banca (21)
  • Procura-se Amy (Chasing Amy)
  • Por Uma Vida Menos Ordinária (A Life Less Ordinary)
  • Jornada nas Estrelas 2: A Ira de Khan (Star Trek II: The Wrath of Khan)
  • Jornada nas Etsrelas 3: À Procura de Spock (Star Trek III: The Search For Spock)
  • Jornada nas Estrelas 4: A Volta Para Casa (Star Trek IV: The Voyage Home)
Não lançados no Brasil


  • Amores Expressos (Chungking Express)
  • 2046 (Zhang Ziyi)
  • Watchmen
  • No Mundo de 2020 (Soylent Green)

sábado, 18 de julho de 2009

Vermelho ou Verde?

Ontem à tarde fui ao centro da cidade comprar luvas de lã. Há alguns anos, quando ainda estava na faculdade, nas tardes livres de sexta-feira, eu costumava ir a pé até esta região, para ir comprar CDs em uma loja que ficava por lá. Eram momentos especiais em que eu tinha a oportunidade de ver pessoas normais, que nasceram e/ou viviam na cidade há algum tempo, cujas vidas tinham uma rotina totalmente diferente da minha, isolado em um alojamento estudando e tendo aulas a maior parte do tempo. Por um instante, eu podia esquecer tudo e fingir que era apenas um morador "nativo" da cidade, com preocupações comuns.

Tive a oportunidade de recordar um pouco destas tardes ontem. Parei o meu carro um pouco longe de onde eu queria ir e fui caminhando um pouco, às 2 e pouco da tarde, com sol tímido. Caminhei um pouco e encontrei as luvas e gorros que procurava por uma pechincha. Observei as pessoas. O calor misturado com o frio. As figuras pitorescas que costumam rondar os centros de todas as cidades. A praça. Os policiais fiscalizando o trânsito e os pedestres. Os semáforos.

Foi quando vi a mudança na cor do semáforo que lembrei de algo que me ocorreu há muito tempo atrás, quando eu estava na quarta série primária, mas que me marcou. E que me ensinou uma lição crucial. A professora fez uma pergunta simples: em qual cor devemos atravessar o sinal? Todos responderam em uníssono: verde. Todos, exceto eu, que falei bem alto "vermelho". Todos riram e olharam admirados para mim, o CDF da classe (já era CDF no primário, fazer o quê) cometendo um erro.

Fiquei com vergonha, mas falei apenas o que a minha mãe tinha me ensinado. Olhe lá pra cima, quando o sinal ficar vermelho e os carros pararem, você pode atravessar. Insisti de que deveríamos atravessar no vermelho, pois confiava mais na minha mãe do que na minha professora. Meus "colegas" riram mais ainda da minha "incapacidade de aprender" e reconhecer que eu estava errado. A professora talvez não tenha entendido que eu me referia aos semáforos dos carros e não dos pedestres. Estes últimos eram mais raros na cidade onde eu morava. Mas tudo tinha que ser ensinado exatamente como nos livros. Independente da nossa realidade específica.

Foi a primeira vez na minha vida na qual me defrontei com a incapacidade e o desinteresse das pessoas em questionarem verdades absolutas. Quem tivesse o mínimo de bom senso pensaria em termos do contexto da minha afirmação. Tive que dizer que errei e repetir para a professora que devemos atravessar no "verde". Tive que fingir que era "normal" ao invés de lutar para dizer que não era uma questão de ego mas sim de ponto de vista, para que o assunto fosse encerrado.

Mal sabia eu quantas vezes esta situação iria se repetir na minha vida. Quando as coisas que você diz para outros parecem não fazer sentido algum para eles, simplesmente porque não estão olhando pelo mesmo prisma que você. Não é que você seja melhor ou pior, mas sim uma questão de sintonia. De saber ouvir e de querer entender o que o outro quer dizer. Isto é comunicação. Mas hoje diálogos se tornaram conjunções de monólogos. Poucos ouvem o que os outros dizem.

A pior parte é quando você tem que admitir que está errado mesmo sabendo que não está. Que não é uma questão de certo ou errado, mas sim de uma visão mais abrangente do que se está discutindo.

Foi apenas uma lembrança. De um momento triste. Em que lembrei de como os seres humanos, mesmo crianças, podem fazer com que você se sinta mal, gratuitamente. Para mostrar como você é vulnerável e enfatizar os seus erros. É bem mais fácil e até divertido jogar pedras do que fazer algo construtivo.

Encerro este post com algo que um bom professor me ensinou no último ano de faculdade, não sei de onde ele tirou, fico devendo a fonte:

Quem não tem conhecimento, mas tem poder DESTRÓI.
Quem não tem conhecimento e não tem poder CRITICA.
Quem tem conhecimento, mas não tem poder ENSINA.
Quem tem conhecimento e tem poder CONSTRÓI.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Nick & Norah - Uma Noite de Amor e Música

Título Original: Nick & Norah's Infinite Playlist
All Movie Guide - IMDB



Um filme simples, com alguns clichês na estória, algumas reviravoltas, mas com uma mensagem positiva. Vai curtir mais quem algum dia teve um amor não correspondido ou foi tímido demais para ir adiante. Na vida é difícil encontrar pessoas que realmente compartilhem os nossos hábitos, preferências e sonhos. Em geral, desistimos de procurar e ficamos presos ou até mesmo obcecados por pessoas que nada somam. Acreditar que existe, de fato, uma "alma gêmea" é um desafio. Boas músicas no filme, vale a pena para uma noite romântica se a pessoa que está do seu lado é sensível e gosta de música.

Diálogo que vale o filme:

Norah: “There’s this part of Judaism that I like. Tikkun Olam. It said that the world is broken into pieces and everyone has to find them and put them back together.”
Nick: “Maybe we don’t have to find it. Maybe we are the pieces.”

Tradução livre:

Norah: "Há uma parte do Judaísmo que eu gosto. Tikkun Olam, que diz que o mundo foi quebrado em pedaços e todos nós temos que encontrá-los e juntá-los de volta".
Nick: "Talvez não tenhamos que encontrá-los. Talvez nós sejamos os pedaços".

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Bujas

Há pessoas que, por alguma razão misteriosa, estão sempre por perto quando precisamos de ajuda. São anjos da guarda de carne e osso, que nos fazem favores que seremos incapazes de retribuir à altura.

Ontem, 12/07, completei minha primeira corrida de 10 Km. Para quem corre há apenas quatro meses e nunca correu a vida inteira, considero uma vitória. Mas este post não é sobre mim.

Há pouco mais de 14 anos, em Fevereiro de 1995, logo após chegar à faculdade que incluía serviço militar obrigatório durate parte do primeiro ano, enquanto fazíamos um exercício de corrida, passei mal e tive que ser socorrido por um colega. O sargento encarregado pediu que meu companheiro de turma, Germano Bujão vulgo Bujas, me ajudasse a ir de volta ao acampamento enquanto os outros terminavam o exercício.

Algum tempo depois, já nos últimos meses do curso, em Novembro de 1999, era uma tarde de sábado silenciosa no alojamento. Eu estava desolado por não ter tido a disciplina de iniciar o meu Trabalho de Graduação a tempo e já fazia planos sobre como explicar à minha família que não iria participar da formatura em Dezembro. Mais um trabalho postergado. Mais sofrimento desnecessário, causado pela minha irresponsabilidade e pelo meu momento auto-destrutivo de então. Havia iniciado um rascunho, incluindo pequenas animações em Flash para ilustrar conceitos de engenharia de Controle. Tinha comprado um CD com músicas do Mantovani, muito utilizadas em desenhos animados. Naquele exato momento, eu estava testando uma pequena animação que tinha acabado de concluir e estava triste porque a tinha achado ridícula.

Curiosamente, naquele exato momento, eis que Bujas aparece na janela para bostejar e me perguntar o que eu andava fazendo. Mostrei a animação e ele "pilhou sinistramente", isto é, achou muito bizu o que acabara de ver e disse que era, sem dúvida, um TG muito diferente dos demais e que iria fazer sucesso com os professores. Era a injeção de ânimo que eu precisava. Em cerca de quinze dias recuperei a auto-confiança e dormi cerca de quatro horas por noite, apresentando meu TG com sucesso no dia 16/11/1999, quando eu fazia exatamente 22 anos.

Eu e Bujas nos formamos e tomamos rumos diferentes, mas mantivemos contato. Acompanhamos as mudanças de emprego, bostejamos sobre as alternativas, conflitos, planos para o futuro, assim como fiz com os demais amigos que consegui cultivar.

Em 2008 decidi mudar de carreira e abandonar, mesmo que temporariamente, a Engenharia de Computação, para tentar algo no Mercado Financeiro. Após ter feito alguns cursos e ter passado no CFA Level I, em Julho de 2008 conversei novamente com vários amigos sobre possibilidades. Para alguns deles, sequer cheguei a cogitar algum tipo de indicação ou mesmo pedir emprego. Infelizmente, de alguns que achava que eram realmente meus amigos, recebi respostas frias e indiferentes, mesmo que não fosse essa sua intenção. Estavam ocupados demais para tentar entender o que eu estava procurando e como poderiam me orientar.

Qual não foi minha surpresa quando o mesmo Bujas, trabalhando em uma empresa de modelagem e sistemas de risco, me convidou para conhecer esta empresa e me apresentou a um de seus fundadores, que me fez uma proposta formal de emprego, totalmente inesperada. Mesmo sem ter certeza sobre a minha experiência e o meu compromisso na nova área, ele se expôs perante seus colegas de trabalho e me recomendou, mesmo sem eu ter pedido uma ajuda neste nível. Apenas Bujas e mais um colega, Emílio, que nem era da minha turma, se prontificaram a me ajudar nesta nova empreitada.

Infelizmente, não foi dessa vez que trabalhamos juntos. Optei por continuar um tratamento de saúde e evitar me mudar para São Paulo, além de ter outros problemas pessoais para resolver antes de uma mudança tão radical.

Por fim, há alguns dias descobri que Bujas iria participar da corrida de 10 Km que seria a minha estréia nesta distância, a minha terceira corrida de rua, de fato. Combinamos de nos encontrar e corremos juntos todo o percurso, ele foi ditando o ritmo e me advertindo sobre quando dosar a energia e quando forçar um pouco mais. Sem esta ajuda, acho que não teria conseguido correr os 10 Km sem parar e fazer o tempo de 01:03:48 (9.4 Kph), que para alguém da minha idade, peso, tempo de treinamento específico para corrida e histórico de sedentarismo, é algo considerável.

Ontem, ao mencionarmos o evento de 14 anos atrás, me ocorreu que Bujas sempre esteve por perto e sempre esteve disposto a me ajudar, de forma voluntária e sem esperar nada em troca. Mesmo que eu nunca mais venha a receber um favor dele, posso dizer que tenho muita sorte de ter um amigo capaz de fazer algo tão importante e tão nobre por mim. Espero que algum dia fazer jus a esta sorte, seja retribuindo ao próprio Bujas ou a algum outro amigo que precise de ajuda.

Caro Bujas, lembre-se de que tem dias em que tudo está cinza mesmo e não há muito o que fazer. Mas, de alguma forma, sem merecermos e sem esperarmos, sempre acontece algo que nos ajuda a ver novamente as cores da vida. É algo mágico que nos faz acordar e ver o momento presente, superando tristezas que o tempo ajudará a ver que eram necessárias. Este "algo a mais" virá através de uma outra pessoa, de um livro, de uma música, de um sonho, de um cheiro... de qualquer coisa que realmente notemos, ao calar a mente e ignorar o instante que acabou de passar e o segundo que ainda está por vir. Tudo a seu tempo.


Germano Bujas - 12/07/2009 (eu estou à esquerda, cortado ao meio)

segunda-feira, 6 de julho de 2009